quarta-feira, 7 de junho de 2017


Caros leitores,
Há cerca de cinco anos criei um blog intitulado “Não existe homônimo”, no qual vinha postando textos de minha autoria – contos, crônicas, resenhas etc.-  e me sentia muito gratificado com a acolhida recebida. Infelizmente, há uns três meses, em uma operação equivocada, apaguei todas as postagens, junto com preciosos comentários de leitores. Todas as tentativas de recuperação feitas por experts no assunto foram infrutíferas. Agora só me resta, com muita paciência, reconstituir o blog a partir dos meus arquivos. Começarei postando justamente o conto que deu origem ao blog, “Não existe homônimo”.

Rio de Janeiro, 07 de junho de 2017.

Não existe homônimo

            No paraíso dos espertalhões, João procurava sempre cercar-se de todos os cuidados para não ser vítima de algum golpe. Diariamente recebia informações via televisão, rádio, jornais e internet sobre mais algum tipo de armadilha urdida pela inesgotável criatividade de bandidos de toda sorte. Era preciso estar sempre vigilante, a ameaça aumentava na razão direta do avanço da conectividade. Clicar em sites, frequentar redes sociais, abrir arquivos, responder torpedos etc. constituíam atividades potencialmente perigosas para incautos. Com relação à internet João tinha particularmente uma preocupação que beirava a paranóia: jamais acessava sua conta bancária ou fazia compras com cartão de crédito por essa via. Imaginava que ao fazê-lo um hacker iria imediatamente invadir o seu computador e desviar toda a sua poupança arduamente construída ao longo de uma vida. Preferia enfrentar as filas dos bancos a correr o que considerava ser um temível risco.
         Mas, por mais que se esforçasse para não dar chance ao azar, João frequentemente acabava tendo grandes aborrecimentos pelas circunstâncias da vida o colocarem na posição do homem errado. E nada o irritava mais do que ser declarado devedor em levianas certidões emitidas por cartórios de distribuição. Acontece que João, cujo último sobrenome era Souza, teria certamente milhares de homônimos país afora se ele não tivesse ainda entre o João e o Silva os salvadores complementos Protildes de Lério e. Isso mesmo, por bizarro que fosse, seu nome completo era João Protildes de Lério e Souza. Isso deveria assegurar que ele fosse uma criatura de nome absolutamente singular, a prova de homônimos. Doce e ledo engano. Em diversas ocasiões na pesquisa de seus dados cadastrais surgia o nome de João P L Souza. Assim mesmo, sem sequer um ponto a indicar que o P e o L estavam ali como iniciais de uma palavra. P, evidentemente, poderia iniciar Pedro, Paulo, Pereira, Péricles ou outro complemento qualquer para João, assim como L poderia iniciar Ladeira, Lima, Laércio etc. Dessa forma um vago João P L Souza surgia sempre no caminho de João quando ele tentava fechar um negócio imobiliário, uma abertura de crédito, uma prestação de fiança e outras operações que exigissem “ficha limpa”. Sua indignação não tinha limites diante de tamanha aberração. Alem de arbitrariamente simplificarem o seu nome, os emissores de certidões não consideravam na pesquisa de eventuais caloteiros o CPF, verdadeira impressão digital do indivíduo, o que já bastaria para fazer desaparecer a tal figura do homônimo. Isso sem falar em outros dados complementares que igualmente identificariam de forma inequívoca o cidadão, tais como sua carteira de identidade e filiação, pois seria quase uma impossibilidade estatística a homonímia se estender aos progenitores. Mas toda essa identificação suplementar seria até dispensável desde que foi criado o CPF. Finalmente, com um monumental atraso, os legisladores criaram lei específica para forçar os cartórios a justamente incluir toda essa informação ao emitir suas certidões. Delas deveriam constar o nome dos pais e o CPF do nome pesquisado, “não podendo ser divulgada informação que não corresponda exatamente a tais parâmetros, com exceção da hipótese na qual o nome dos pais seja desconhecido ou sejam, também estes, homônimos perfeitos”. A lei estabelece que em caso de violação de seu disposto os responsáveis estarão sujeitos à indenização por dano moral e ainda a indenização a ser apurada em cada caso, decorrente de eventuais perdas e danos materiais, se existentes. Entretanto, como tantas outras, essa foi uma lei “que não pegou”. Ninguém era punido pela leviandade que tanto constrangimento e prejuízo causavam a inocentes torpemente confundidos com “ficha sujas”. Cabia ao cidadão firmar uma declaração em cartório afirmando que ele não era aquele com o nome apontado na certidão incriminatória. E o injustiçado ainda deveria pagar e aguardar tantos dias quanto à lerda e inepta máquina cartorial ditasse para a emissão do documento redentor.
         João encontrava-se novamente na perspectiva de vender um imóvel de sua propriedade. Tratava-se de um apartamento que herdara de sua mãe, muito bem localizado e em bom estado de conservação. Seria fácil encontrar um comprador que se dispusesse a pagar o preço avaliado por uma corretora de imóveis. Entretanto, a perspectiva de enfrentar mais uma vez aquele torturante percurso de cartórios, certidões de toda ordem e escrituras o deixava bastante perturbado.
         – Você se preocupa demais – diziam seus amigos. – Nunca vi alguém tão pessimista; eu já comprei e vendi diversos imóveis e nunca tive qualquer problema. – chacoteavam. – a todos João respondia resignado que só ele sabia o quanto já sofrera em ocasiões semelhantes.
         A despeito de suas preocupações, João assinou um contrato de exclusividade com uma corretora para intermediação na venda de seu imóvel. Não se passou muito tempo até que recebeu uma proposta, exatamente ao preço avaliado.   Para se poupar do nauseabundo trabalho de se envolver diretamente na saraivada de certidões exigidas, João contratou um advogado. Após algum tempo começaram a surgir os problemas. Da prefeitura veio a informação de que João era devedor de longa data – dez anos – de imposto territorial referente a um lote do qual ele nunca fora proprietário, localizado em um bairro distante e no qual ele jamais colocara os pés. No serviço de proteção ao crédito constava que João tinha uma dívida vencida há mais de dois anos com um provedor de internet. E, o mais grave de tudo, João estava sendo processado como estelionatário: havia passado uma série de cheques sem fundo, contratara empréstimos bancários e abrira crediários em diversas lojas sem pagar uma só parcela dessas operações. Ferveu de ódio. Começou a cuidar do problema menos complicado, que era o de demonstrar ao provedor de internet que ele nada devia, pois tinha o protocolo de cancelamento daquele serviço emitido exatamente na data da sua alegada dívida. Furioso, dirigiu-se ao provedor. Após algumas consultas a atendente, sem qualquer expressão, lhe respondeu: – É, realmente foi erro do sistema. Não consta nenhum débito. – e foi só, nem um singelo pedido de desculpas. Problema resolvido, João instou o seu advogado a que resolvesse a falsa alegação de débitos de imposto territorial. Pateticamente descobriu-se no próprio cartório que emitira a certidão que o tal débito não existia, mas não souberam informar porque ainda não havia sido baixado. Para que uma nova certidão atestando essa circunstância fosse emitida seria necessário que um advogado do cartório instruísse o processo para despacho de uma juíza, e para tal não se fixava prazo.
         Agora vinha a parte mais delicada, o suposto estelionato. Ocorre que há alguns meses João tivera dois talonários de cheques roubados num assalto de rua ao malote de seu banco. Foi o próprio banco quem lhe comunicou o fato. João registrou boletim de ocorrência na polícia e remeteu uma via ao banco, solicitando a sustação do pagamento de qualquer um daqueles cheques que sequer lhes haviam chegado às mãos. Mas um processo criminoso já havia sido iniciado. De posse dos dados fornecidos no próprio talonário, o ladrão dispunha do nome completo da vítima e de seu CPF. Seu endereço constava no invólucro lacrado que continha os talonários. Assim, não foi difícil um falsário compor um contracheque falso e abrir crediários e contratar financiamentos. Os cheques foram emitidos com uma assinatura que nada tinha a ver com a do titular da conta, pois esse dado o ladrão não possuía. Incrivelmente o banco ao receber os cheques fraudados passados ao comercio em geral simplesmente os devolveu aos beneficiários por insuficiência de fundos. Reapresentados, os cheques levaram ao encerramento das contas bancárias de João, na forma da lei. Inconformados, os comerciantes lesados passaram a atormentá-lo com ameaças, e igualmente notificaram os órgãos de defesa do consumidor. A venda do imóvel estava abortada. A defesa contra todos os processos movidos contra João levou três anos, ao fim dos quais ele pode finalmente limpar o seu nome e receber uma risível indenização do banco pelos danos morais que lhe haviam sido infligidos por uma conduta tão displicente.
         Durante todo esse tempo o apartamento permaneceu trancado, João preferiu não alugá-lo, sempre aguardando o final de sua via crucis jurídica, arcando com as despesas atinentes ao imóvel: imposto predial, condomínio, seguro. Tão logo resolvida sua pendência judicial, João recontratou o mesmo corretor. Novamente não tardou a surgir um interessado a pagar o preço fixado, agora um pouco superior ao da primeira tentativa. O corretor tranqüilizou-o, dessa vez não haveria nada a temer, estava tudo em ordem.
         Dia e hora marcada, compareceram as partes ao cartório para assinatura da escritura de compra e venda. O comprador, um senhor de idade, se fez ainda acompanhar, alem de seu advogado, de sua esposa e filha. Feita a leitura da escritura, o comprador, manifestando insegurança, começou a levantar questões. Queria saber dados pregressos do imóvel, a quem pertencera e, incrivelmente a data de construção do prédio. À argumentação de João de que se estava apresentando uma certidão vintenária exibida pelo cartório, que comprovava estar o imóvel livre de qualquer óbice que impedisse a sua alienação, o idoso respondeu: – Ah, mas cartório, o senhor sabe como é, né? – perplexo, o tabelião retirou-se da sala, para a ela retornar após muitos pedidos de desculpas da parte do advogado, da esposa e da filha do comprador, que lhe pediram que relevasse o comentário em função da idade avançada daquele homem. Ele certamente não o fizera por mal. Retomando-se os procedimentos, passou-se ao exame das certidões de ambas as partes. Estava tudo correto, exceto por um detalhe: em uma delas constava que em nome de João P L  Souza havia uma longa série de impostos devidos relativos a imóveis devidamente identificados pelos respectivos números de registro na prefeitura. O idoso se quedou perplexo, voltou-se para João que, lívido, respondeu: – Esse aí não sou eu! – Agora desconcertado, o idoso perguntou: – O senhor vai assinar por ele? – o constrangimento foi geral, manifestado num olhar de incredulidade e num balançar de cabeças de todos os presentes, exceto da parte do comprador. A surreal pergunta deixou João como que petrificado. Lentamente tomou a certidão e, sem dizer palavra, retirou-se do local. Estava encerrada para sempre a venda do imóvel.
         João caminhava pelas ruas sem se dar conta das pessoas, em quem esbarrava e sequer ouvia seus protestos. Em sua firme determinação quase foi atropelado por um ônibus que, ao frear bruscamente, provocou uma colisão de dois automóveis que lhe seguiam. – Quem é aquele louco? – Segura ele! – mas ninguém se atreveu a barrar-lhe os passos. Finalmente chegou ao cartório responsável pela emissão do fatídico documento que ele trazia em mãos. Em lá chegando entrou e dirigiu-se diretamente ao balcão de atendimento, exibindo-o, sem qualquer palavra, ao atendente. Este, sentindo perigosas vibrações, tomou a certidão e rapidamente embrenhou-se numa ampla sala de onde emergiu outro funcionário, certamente de um nível hierárquico superior que, em tom casual, disse:       

– Ah, sei. É mais um caso de homônimo, o senhor terá que... – Não existe homônimo, friamente o interrompeu João, ao tempo em que disparava seu revolver contra o rosto do burocrata, que tombou fulminado ao solo. Calmamente guardou sua arma e encaminhou-se para a saída daquele inferno. Era agora um homem livre, iluminado. Entendera afinal, ainda que em idade avançada, o verdadeiro sentido da justiça em seu país. “Quanto tempo, meu Deus, desperdicei em longa existência buscando sempre a correção, a honestidade, e só agora compreendo tudo” – pensava enquanto caminhava feliz, ao encontro de sua nova vida.

26/09/2012 


LOGIN  ----------
SENHA ----------

Estava longe da vanguarda da evolução tecnológica. Via com bastante crítica o enfeitiçamento do homem pelas suas criações no campo da informática. Não era um ludita, nome derivado do inglês Ned Ludd, que no início do século XIX pregava uma violenta reação contra as máquinas e a tecnologia. Não se considerava um troglodita informático. Utilizava com razoável proficiência as incontáveis potencialidades que o mundo virtual abria à sociedade. Aceitava e incorporava, até por inevitável, ícones da era digital. Assim, computadores e celulares passaram a fazer parte do seu dia a dia. Manejava seu notebook para escrever seus textos e construir planilhas financeiras, e acessava a internet para passar e-mails, conectar-se no Facebook, pesquisar no Google, no YouTube. Usava-os na justa medida de suas necessidades, por isso jamais comprava os modelos tecnologicamente mais desenvolvidos que a indústria vorazmente colocava no mercado. Seus artefatos estavam sempre defasados em relação ao “estado da arte”. Funcionavam, era o bastante para ele. Com alguma relutância, trocou o seu limitado celular por um equipamento que igualmente lhe propiciava acesso ao mundo virtual, apreciando, particularmente, o WhatsApp.
Mas, guardava certas bizarrias. E a mais notória delas era a sua completa recusa em acessar suas contas bancárias e de cartões de crédito através de seus gadgets. Figurava que em algum lugar ― na Transilvânia? ― postava-se um hacker à espreita do momento em que ele abrisse a guarda para, vampiro financeiro, sugar todas as suas contas, drenar todo o seu patrimônio construído ao longo de uma vida. Por não fazer operações via eletrônica cadastrava em débito automático todas as contas passíveis de pagamento por essa modalidade. Para as demais contas valia-se dos caixas eletrônicos dos bancos.
E a sua ojeriza por senhas. Havia necessidade de uma maldita senha para uma infindável quantidade de operações do dia a dia. E, muitas vezes, também de um login ―palavra hedionda. Senha para abrir o computador e o celular; para a sua conta Google, para o seu blog, para o Facebook, para o Linkedin; para os cartões de crédito e de débito; para o caixa eletrônico de bancos; para acessar o site de seu provedor da internet; de sua operadora de celular; de concessionárias de serviços públicos; da administradora de seu condomínio; de seu clube recreativo; de seu programa de milhagem; de lojas virtuais, da Secretaria da Receita Federal; da Prefeitura Municipal e muito mais.
Como criar, e guardar tantas senhas, tantos logins, tantos códigos de acesso? Em cada caso havia exigências para a criação de uma chave. Use letras e números, perfazendo tal e tal número de caracteres. Mescle minúsculas e maiúsculas. Não repita e não use sequência de letras ou de números. Evite referências fáceis como a data de seu aniversário, de sua carteira de identidade, de seu endereço. Cumpria-se esses imperativos e o registro era negado: senha fraca. O que fazer? Para que se tenha uma senha “forte” ouvia recomendações de que deveria utilizar um mínimo de tantos dígitos, mesclando letras maiúsculas, minúsculas, números e até mesmo outros caracteres. ― Você deve usar um mínimo de senhas, para não se perder – lhe aconselhavam; ― Você deve variar bastante suas senhas, para dificultar a clonagem ― lhe diziam outros.  ― Você tem que periodicamente alterar suas senhas ― mais um conselho. Que inferno. Num crescente de irritação, começou a cadastrar palavrões, reais ou inventados, o que em algumas ocasiões acabou por lhe causar constrangimentos. E como memorizar senhas tão diabólicas? Impossível, é óbvio. Tratava de anotar todas as senhas, logins, códigos de acesso e outras chaves mágicas em um bloquinho cuidadosamente guardado em seu escritório. Infelizmente, pela paranoia de que seu bloquinho poderia ser um dia surrupiado por algum ladrão, não anotava a senha ipsus litterismas, sim, através de associações mnemônicas, as quais nem sempre lhe conduziam ao código oculto. Mas julgava que ainda conseguia memorizar alguns desses códigos, aqueles a quem recorria com grande frequência, como para abrir o seu computador e seu celular, para usar os caixas eletrônicos dos bancos, para pagar com seus cartões de crédito e débito. Ainda assim por vezes, ao tentar pagar uma compra, lhe sobrevinha um branco na hora de digitar a senha do cartão, seguido de rugidos de impaciência dos demais clientes atrás de si na fila do caixa.
E os perigos de digitar-se uma senha? Alertas pululavam em seu WhatsApp, em sua caixa de mensagens de e-mail, no Facebook. ― Cuidado ao digitar sua senha em supermercados. Eles são dotados de câmeras de supervisão suspensas, que poderão registrá-la e funcionários fazerem mau uso dela. ― Cuidado com os caixas eletrônicos dos bancos, eles podem conter uma fachada falsa, o famoso chupa-cabra, que furtará os seus dados. Em ambos os casos havia a recomendação de se cobrir a visão do teclado com uma das mãos. ― Não digite senha em conexões feitas a partir de WiFi de lugares públicos. Tantos riscos... definitivamente a complexidade do sistema já se situava alguns furos acima da complexidade do sistema constituinte de muitos indivíduos. Uma situação potencialmente perigosa.
 Ele tentou mais uma vez. Decidira enfrentar o pânico de acessar a sua conta bancária de seu computador. Era noite, precisava realizar uma transferência de uma vultosa quantia. Estava certo quanto ao Login, mas agora, após dois avisos de que ou seu Login ou sua senha fora dada como incorreta, já não tinha mais certeza quanto a senha. Fora traído pela memória, e sua anotação no bloquinho, de tão desvirtuada, de nada lhe valeu. E o segundo aviso continha uma advertência dramática, a de que um erro na terceira tentativa invalidaria a senha. Respirou fundo, tentou concentrar-se, julgou resgatar os malditos dígitos dos recônditos de sua memória, premiu cuidadosamente cada tecla da senha, teclou enter. Apenas para receber a sinistra mensagem de que sua senha havia sido invalidada.
            Aquela foi uma noite medonha, povoada por pesadelos, até que, finalmente nuvens claras e um coro angelical o envolveram, anunciando uma paz que ele jamais desfrutara. Entreviu ao longe um imenso portão e sentiu-se docemente conduzido a ele. Era, sem dívida, o Portão do Paraiso. Teria morrido? Invadido por extrema felicidade achegou-se ao Portão sem trancas, que ele logo iria abrir para desfrutar da eterna ventura. Foi quando viu, diante de si, implacável, a inscrição:

LOGIN  ----------

SENHA ----------


17/12/2016






















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