Caros leitores,
Há cerca de cinco anos criei um blog intitulado “Não existe homônimo”, no qual vinha postando textos de minha autoria – contos, crônicas, resenhas etc.- e me sentia muito gratificado com a acolhida recebida. Infelizmente, há uns três meses, em uma operação equivocada, apaguei todas as postagens, junto com preciosos comentários de leitores. Todas as tentativas de recuperação feitas por experts no assunto foram infrutíferas. Agora só me resta, com muita paciência, reconstituir o blog a partir dos meus arquivos. Começarei postando justamente o conto que deu origem ao blog, “Não existe homônimo”.
Rio de Janeiro, 07 de junho de 2017.
Não
existe homônimo
No paraíso dos espertalhões, João
procurava sempre cercar-se de todos os cuidados para não ser vítima de algum
golpe. Diariamente recebia informações via televisão, rádio, jornais e internet
sobre mais algum tipo de armadilha urdida pela inesgotável criatividade de bandidos
de toda sorte. Era preciso estar sempre vigilante, a ameaça aumentava na razão
direta do avanço da conectividade. Clicar em sites, frequentar redes sociais,
abrir arquivos, responder torpedos etc. constituíam atividades potencialmente
perigosas para incautos. Com relação à internet João tinha particularmente uma
preocupação que beirava a paranóia: jamais acessava sua conta bancária ou fazia
compras com cartão de crédito por essa via. Imaginava que ao fazê-lo um hacker
iria imediatamente invadir o seu computador e desviar toda a sua poupança
arduamente construída ao longo de uma vida. Preferia enfrentar as filas dos
bancos a correr o que considerava ser um temível risco.
Mas, por mais que se esforçasse para não dar chance ao azar,
João frequentemente acabava tendo grandes aborrecimentos pelas circunstâncias
da vida o colocarem na posição do homem errado. E nada o irritava mais do que
ser declarado devedor em levianas certidões emitidas por cartórios de
distribuição. Acontece que João, cujo último sobrenome era Souza, teria certamente
milhares de homônimos país afora se ele não tivesse ainda entre o João e o
Silva os salvadores complementos Protildes de Lério e. Isso mesmo, por bizarro
que fosse, seu nome completo era João Protildes de Lério e Souza. Isso deveria
assegurar que ele fosse uma criatura de nome absolutamente singular, a prova de
homônimos. Doce e ledo engano. Em diversas ocasiões na pesquisa de seus dados
cadastrais surgia o nome de João P L Souza. Assim mesmo, sem sequer um ponto a
indicar que o P e o L estavam ali como iniciais de uma palavra. P,
evidentemente, poderia iniciar Pedro, Paulo, Pereira, Péricles ou outro
complemento qualquer para João, assim como L poderia iniciar Ladeira, Lima, Laércio
etc. Dessa forma um vago João P L Souza surgia sempre no caminho de João quando
ele tentava fechar um negócio imobiliário, uma abertura de crédito, uma
prestação de fiança e outras operações que exigissem “ficha limpa”. Sua
indignação não tinha limites diante de tamanha aberração. Alem de
arbitrariamente simplificarem o seu nome, os emissores de certidões não consideravam
na pesquisa de eventuais caloteiros o CPF, verdadeira impressão digital do
indivíduo, o que já bastaria para fazer desaparecer a tal figura do homônimo.
Isso sem falar em outros dados complementares que igualmente identificariam de
forma inequívoca o cidadão, tais como sua carteira de identidade e filiação,
pois seria quase uma impossibilidade estatística a homonímia se estender aos progenitores.
Mas toda essa identificação suplementar seria até dispensável desde que foi
criado o CPF. Finalmente, com um monumental atraso, os legisladores criaram lei
específica para forçar os cartórios a justamente incluir toda essa informação
ao emitir suas certidões. Delas deveriam constar o nome dos pais e o CPF do
nome pesquisado, “não podendo ser divulgada informação
que não corresponda exatamente a tais parâmetros, com exceção da hipótese na
qual o nome dos pais seja desconhecido ou sejam, também estes, homônimos
perfeitos”. A lei estabelece que em caso de violação de seu
disposto os responsáveis estarão sujeitos à indenização por dano moral e ainda
a indenização a ser apurada em cada caso, decorrente de eventuais perdas e
danos materiais, se existentes. Entretanto, como tantas outras, essa foi uma
lei “que não pegou”. Ninguém era punido pela leviandade que tanto
constrangimento e prejuízo causavam a inocentes torpemente confundidos com
“ficha sujas”. Cabia ao cidadão firmar uma declaração em cartório afirmando que
ele não era aquele com o nome apontado na certidão incriminatória. E o
injustiçado ainda deveria pagar e aguardar tantos dias quanto à lerda e inepta
máquina cartorial ditasse para a emissão do documento redentor.
João encontrava-se novamente na perspectiva de vender um
imóvel de sua propriedade. Tratava-se de um apartamento que herdara de sua mãe,
muito bem localizado e em bom estado de conservação. Seria fácil encontrar um
comprador que se dispusesse a pagar o preço avaliado por uma corretora de
imóveis. Entretanto, a perspectiva de enfrentar mais uma vez aquele torturante
percurso de cartórios, certidões de toda ordem e escrituras o deixava bastante
perturbado.
– Você se preocupa demais – diziam seus amigos. – Nunca vi
alguém tão pessimista; eu já comprei e vendi diversos imóveis e nunca tive
qualquer problema. – chacoteavam. – a todos João respondia resignado que só ele
sabia o quanto já sofrera em ocasiões semelhantes.
A despeito de suas preocupações, João assinou um contrato de
exclusividade com uma corretora para intermediação na venda de seu imóvel. Não
se passou muito tempo até que recebeu uma proposta, exatamente ao preço
avaliado. Para se poupar do nauseabundo
trabalho de se envolver diretamente na saraivada de certidões exigidas, João
contratou um advogado. Após algum tempo começaram a surgir os problemas. Da
prefeitura veio a informação de que João era devedor de longa data – dez anos –
de imposto territorial referente a um lote do qual ele nunca fora proprietário,
localizado em um bairro distante e no qual ele jamais colocara os pés. No
serviço de proteção ao crédito constava que João tinha uma dívida vencida há
mais de dois anos com um provedor de internet. E, o mais grave de tudo, João
estava sendo processado como estelionatário: havia passado uma série de cheques
sem fundo, contratara empréstimos bancários e abrira crediários em diversas
lojas sem pagar uma só parcela dessas operações. Ferveu de ódio. Começou a
cuidar do problema menos complicado, que era o de demonstrar ao provedor de
internet que ele nada devia, pois tinha o protocolo de cancelamento daquele
serviço emitido exatamente na data da sua alegada dívida. Furioso, dirigiu-se
ao provedor. Após algumas consultas a atendente, sem qualquer expressão, lhe
respondeu: – É, realmente foi erro do sistema. Não consta nenhum débito. – e
foi só, nem um singelo pedido de desculpas. Problema resolvido, João instou o
seu advogado a que resolvesse a falsa alegação de débitos de imposto
territorial. Pateticamente descobriu-se no próprio cartório que emitira a
certidão que o tal débito não existia, mas não souberam informar porque ainda
não havia sido baixado. Para que uma nova certidão atestando essa circunstância
fosse emitida seria necessário que um advogado do cartório instruísse o
processo para despacho de uma juíza, e para tal não se fixava prazo.
Agora vinha a parte mais delicada, o suposto estelionato.
Ocorre que há alguns meses João tivera dois talonários de cheques roubados num
assalto de rua ao malote de seu banco. Foi o próprio banco quem lhe comunicou o
fato. João registrou boletim de ocorrência na polícia e remeteu uma via ao
banco, solicitando a sustação do pagamento de qualquer um daqueles cheques que
sequer lhes haviam chegado às mãos. Mas um processo criminoso já havia sido
iniciado. De posse dos dados fornecidos no próprio talonário, o ladrão dispunha
do nome completo da vítima e de seu CPF. Seu endereço constava no invólucro
lacrado que continha os talonários. Assim, não foi difícil um falsário compor
um contracheque falso e abrir crediários e contratar financiamentos. Os cheques
foram emitidos com uma assinatura que nada tinha a ver com a do titular da
conta, pois esse dado o ladrão não possuía. Incrivelmente o banco ao receber os
cheques fraudados passados ao comercio em geral simplesmente os devolveu aos
beneficiários por insuficiência de fundos. Reapresentados, os cheques levaram
ao encerramento das contas bancárias de João, na forma da lei. Inconformados,
os comerciantes lesados passaram a atormentá-lo com ameaças, e igualmente
notificaram os órgãos de defesa do consumidor. A venda do imóvel estava
abortada. A defesa contra todos os processos movidos contra João levou três
anos, ao fim dos quais ele pode finalmente limpar o seu nome e receber uma
risível indenização do banco pelos danos morais que lhe haviam sido infligidos
por uma conduta tão displicente.
Durante todo esse tempo o apartamento permaneceu trancado,
João preferiu não alugá-lo, sempre aguardando o final de sua via crucis
jurídica, arcando com as despesas atinentes ao imóvel: imposto predial,
condomínio, seguro. Tão logo resolvida sua pendência judicial, João recontratou
o mesmo corretor. Novamente não tardou a surgir um interessado a pagar o preço
fixado, agora um pouco superior ao da primeira tentativa. O corretor
tranqüilizou-o, dessa vez não haveria nada a temer, estava tudo em ordem.
Dia e hora marcada, compareceram as partes ao cartório para
assinatura da escritura de compra e venda. O comprador, um senhor de idade, se
fez ainda acompanhar, alem de seu advogado, de sua esposa e filha. Feita a
leitura da escritura, o comprador, manifestando insegurança, começou a levantar
questões. Queria saber dados pregressos do imóvel, a quem pertencera e,
incrivelmente a data de construção do prédio. À argumentação de João de que se
estava apresentando uma certidão vintenária exibida pelo cartório, que
comprovava estar o imóvel livre de qualquer óbice que impedisse a sua
alienação, o idoso respondeu: – Ah, mas cartório, o senhor sabe como é, né? –
perplexo, o tabelião retirou-se da sala, para a ela retornar após muitos
pedidos de desculpas da parte do advogado, da esposa e da filha do comprador,
que lhe pediram que relevasse o comentário em função da idade avançada daquele
homem. Ele certamente não o fizera por mal. Retomando-se os procedimentos,
passou-se ao exame das certidões de ambas as partes. Estava tudo correto,
exceto por um detalhe: em uma delas constava que em nome de João P L Souza havia uma longa série de impostos
devidos relativos a imóveis devidamente identificados pelos respectivos números
de registro na prefeitura. O idoso se quedou perplexo, voltou-se para João que,
lívido, respondeu: – Esse aí não sou eu! – Agora desconcertado, o idoso perguntou:
– O senhor vai assinar por ele? – o constrangimento foi geral, manifestado num
olhar de incredulidade e num balançar de cabeças de todos os presentes, exceto
da parte do comprador. A surreal pergunta deixou João como que petrificado.
Lentamente tomou a certidão e, sem dizer palavra, retirou-se do local. Estava
encerrada para sempre a venda do imóvel.
João caminhava pelas ruas sem se dar conta das pessoas, em
quem esbarrava e sequer ouvia seus protestos. Em sua firme determinação quase
foi atropelado por um ônibus que, ao frear bruscamente, provocou uma colisão de
dois automóveis que lhe seguiam. – Quem é aquele louco? – Segura ele! – mas
ninguém se atreveu a barrar-lhe os passos. Finalmente chegou ao cartório
responsável pela emissão do fatídico documento que ele trazia em mãos. Em lá
chegando entrou e dirigiu-se diretamente ao balcão de atendimento, exibindo-o,
sem qualquer palavra, ao atendente. Este, sentindo perigosas vibrações, tomou a
certidão e rapidamente embrenhou-se numa ampla sala de onde emergiu outro
funcionário, certamente de um nível hierárquico superior que, em tom casual,
disse:
–
Ah, sei. É mais um caso de homônimo, o senhor terá que... – Não existe
homônimo, friamente o interrompeu João, ao tempo em que disparava seu revolver
contra o rosto do burocrata, que tombou fulminado ao solo. Calmamente guardou
sua arma e encaminhou-se para a saída daquele inferno. Era agora um homem
livre, iluminado. Entendera afinal, ainda que em idade avançada, o verdadeiro
sentido da justiça em seu país. “Quanto tempo, meu Deus, desperdicei em longa
existência buscando sempre a correção, a honestidade, e só agora compreendo
tudo” – pensava enquanto caminhava feliz, ao encontro de sua nova vida.
26/09/2012
LOGIN ----------
SENHA ----------
Estava longe da vanguarda da
evolução tecnológica. Via com bastante crítica o enfeitiçamento do homem pelas
suas criações no campo da informática. Não era um ludita, nome derivado do
inglês Ned Ludd, que no início do século XIX pregava uma violenta reação contra
as máquinas e a tecnologia. Não se considerava um troglodita informático.
Utilizava com razoável proficiência as incontáveis potencialidades que o mundo
virtual abria à sociedade. Aceitava e incorporava, até por inevitável, ícones
da era digital. Assim, computadores e celulares passaram a fazer parte do seu
dia a dia. Manejava seu notebook para escrever seus textos e construir
planilhas financeiras, e acessava a internet para passar e-mails, conectar-se
no Facebook, pesquisar no Google, no YouTube. Usava-os na justa medida de suas
necessidades, por isso jamais comprava os modelos tecnologicamente mais
desenvolvidos que a indústria vorazmente colocava no mercado. Seus artefatos
estavam sempre defasados em relação ao “estado da arte”. Funcionavam, era o
bastante para ele. Com alguma relutância, trocou o seu limitado celular por um
equipamento que igualmente lhe propiciava acesso ao mundo virtual, apreciando,
particularmente, o WhatsApp.
Mas, guardava certas bizarrias. E
a mais notória delas era a sua completa recusa em acessar suas contas bancárias
e de cartões de crédito através de seus gadgets. Figurava que em
algum lugar ― na Transilvânia? ― postava-se um hacker à
espreita do momento em que ele abrisse a guarda para, vampiro financeiro, sugar
todas as suas contas, drenar todo o seu patrimônio construído ao longo de uma
vida. Por não fazer operações via eletrônica cadastrava em débito automático
todas as contas passíveis de pagamento por essa modalidade. Para as demais
contas valia-se dos caixas eletrônicos dos bancos.
E a sua ojeriza por senhas. Havia
necessidade de uma maldita senha para uma infindável quantidade de operações do
dia a dia. E, muitas vezes, também de um login ―palavra hedionda. Senha
para abrir o computador e o celular; para a sua conta Google, para o seu blog,
para o Facebook, para o Linkedin; para os cartões de crédito e de débito; para
o caixa eletrônico de bancos; para acessar o site de seu provedor da internet;
de sua operadora de celular; de concessionárias de serviços públicos; da
administradora de seu condomínio; de seu clube recreativo; de seu programa de
milhagem; de lojas virtuais, da Secretaria da Receita Federal; da Prefeitura
Municipal e muito mais.
Como criar, e guardar tantas
senhas, tantos logins, tantos códigos de acesso? Em cada caso havia exigências
para a criação de uma chave. Use letras e números, perfazendo tal e tal número
de caracteres. Mescle minúsculas e maiúsculas. Não repita e não use sequência
de letras ou de números. Evite referências fáceis como a data de seu
aniversário, de sua carteira de identidade, de seu endereço. Cumpria-se esses
imperativos e o registro era negado: senha fraca. O que fazer? Para que se
tenha uma senha “forte” ouvia recomendações de que deveria utilizar um mínimo
de tantos dígitos, mesclando letras maiúsculas, minúsculas, números e até mesmo
outros caracteres. ― Você deve usar um mínimo de senhas, para não se
perder – lhe aconselhavam; ― Você deve variar bastante suas senhas,
para dificultar a clonagem ― lhe diziam outros. ― Você tem que
periodicamente alterar suas senhas ― mais um conselho. Que inferno. Num
crescente de irritação, começou a cadastrar palavrões, reais ou inventados, o
que em algumas ocasiões acabou por lhe causar constrangimentos. E como
memorizar senhas tão diabólicas? Impossível, é óbvio. Tratava de anotar todas
as senhas, logins, códigos de acesso e outras chaves mágicas em um bloquinho
cuidadosamente guardado em seu escritório. Infelizmente, pela paranoia de que
seu bloquinho poderia ser um dia surrupiado por algum ladrão, não anotava a
senha ipsus litterismas, sim, através de associações mnemônicas, as
quais nem sempre lhe conduziam ao código oculto. Mas julgava que ainda conseguia
memorizar alguns desses códigos, aqueles a quem recorria com grande frequência,
como para abrir o seu computador e seu celular, para usar os caixas eletrônicos
dos bancos, para pagar com seus cartões de crédito e débito. Ainda assim por
vezes, ao tentar pagar uma compra, lhe sobrevinha um branco na hora de digitar
a senha do cartão, seguido de rugidos de impaciência dos demais clientes atrás
de si na fila do caixa.
E os perigos de digitar-se uma
senha? Alertas pululavam em seu WhatsApp, em sua caixa de mensagens de e-mail,
no Facebook. ― Cuidado ao digitar sua senha em supermercados. Eles são
dotados de câmeras de supervisão suspensas, que poderão registrá-la e
funcionários fazerem mau uso dela. ― Cuidado com os caixas eletrônicos dos
bancos, eles podem conter uma fachada falsa, o famoso chupa-cabra, que furtará
os seus dados. Em ambos os casos havia a recomendação de se cobrir a visão do
teclado com uma das mãos. ― Não digite senha em conexões feitas a partir de
WiFi de lugares públicos. Tantos riscos... definitivamente a complexidade do
sistema já se situava alguns furos acima da complexidade do sistema
constituinte de muitos indivíduos. Uma situação potencialmente perigosa.
Ele tentou mais uma vez.
Decidira enfrentar o pânico de acessar a sua conta bancária de seu computador.
Era noite, precisava realizar uma transferência de uma vultosa quantia. Estava
certo quanto ao Login, mas agora, após dois avisos de que ou seu Login ou sua
senha fora dada como incorreta, já não tinha mais certeza quanto a senha. Fora
traído pela memória, e sua anotação no bloquinho, de tão desvirtuada, de nada
lhe valeu. E o segundo aviso continha uma advertência dramática, a de que um
erro na terceira tentativa invalidaria a senha. Respirou fundo, tentou
concentrar-se, julgou resgatar os malditos dígitos dos recônditos de sua
memória, premiu cuidadosamente cada tecla da senha, teclou enter.
Apenas para receber a sinistra mensagem de que sua senha havia sido invalidada.
Aquela foi uma noite medonha, povoada por pesadelos, até que, finalmente nuvens
claras e um coro angelical o envolveram, anunciando uma paz que ele jamais
desfrutara. Entreviu ao longe um imenso portão e sentiu-se docemente conduzido
a ele. Era, sem dívida, o Portão do Paraiso. Teria morrido? Invadido por
extrema felicidade achegou-se ao Portão sem trancas, que ele logo iria abrir
para desfrutar da eterna ventura. Foi quando viu, diante de si, implacável, a
inscrição:
LOGIN ----------
SENHA ----------
17/12/2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário