terça-feira, 13 de junho de 2017


Gerundizando o linguajar

                Há anos “atrás”, quando usei essa expressão, fui atalhado pelo meu chefe, um inglês mordaz, como soem ser os ingleses: ― Zé, isso é pleonasmo: os anos são sempre atrás— com um sorriso a sublinhar o duplo sentido de sua frase.
 “Enquanto pessoa”, resolvi sair de minha “zona de conforto” e “estar escrevendo” sobre cacoetes verbais, redundâncias, emprego abusivo de certas palavras e expressões, modismos, anglicismos tolos, impropriedades e outras pragas que empobrecem o nosso linguajar cotidiano. “Então”. A “instigante” ideia me veio enquanto eu dirigia num trânsito muito “complicado”, muitos veículos haviam “se envolvido” num acidente. Dá vontade de “detonar” tudo, “passar por” doido.  “Sinistro”. “A mobilidade urbana”, que já não é “padrão FIFA”, está cada vez pior, e tudo por “falta de vontade política”. Da “presidenta”? (Eu sei, está no dicionário. Mas não estão: estudanta, presidento, economisto, dentisto e outras flexões de gênero).
É preciso ser “proativo”, “estar colocando foco” no “público alvo”, para poder “performar”, “independente”[mente] do assunto de que se está tratando, estar lançando “um olhar diferenciado” sobre essas práticas, para “estar disponibilizando” um texto com “qualidade”.  “Na verdade”, “ou seja”, devo “pontuar” que “a nível de” comunicações encontramos uma pobreza que “remete à” questão da falta de refinamento cultural das pessoas, “por conta da” excessiva “superficialidade” na sociedade, o que não permite “agregar valor” ao pensamento.

13/10/2014

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