Gerundizando o linguajar
Há anos “atrás”,
quando usei essa expressão, fui atalhado pelo meu chefe, um inglês mordaz, como
soem ser os ingleses: ― Zé, isso é pleonasmo: os anos são sempre atrás— com um
sorriso a sublinhar o duplo sentido de sua frase.
“Enquanto
pessoa”, resolvi sair de minha “zona de conforto” e “estar escrevendo” sobre cacoetes
verbais, redundâncias, emprego abusivo de certas palavras e expressões, modismos,
anglicismos tolos, impropriedades e outras pragas que empobrecem o nosso linguajar
cotidiano. “Então”. A “instigante” ideia me veio enquanto eu
dirigia num trânsito muito “complicado”,
muitos veículos haviam “se envolvido”
num acidente. Dá vontade de “detonar”
tudo, “passar por” doido. “Sinistro”.
“A mobilidade urbana”, que já não é “padrão FIFA”, está cada vez pior, e
tudo por “falta de vontade política”.
Da “presidenta”? (Eu sei, está no
dicionário. Mas não estão: estudanta, presidento, economisto, dentisto e outras
flexões de gênero).
É preciso ser “proativo”, “estar colocando foco” no “público
alvo”, para poder “performar”, “independente”[mente] do assunto de que
se está tratando, estar lançando “um
olhar diferenciado” sobre essas práticas, para “estar disponibilizando” um
texto com “qualidade”. “Na
verdade”, “ou seja”, devo “pontuar”
que “a nível de” comunicações encontramos
uma pobreza que “remete à” questão
da falta de refinamento cultural das pessoas, “por conta da” excessiva “superficialidade”
na sociedade, o que não permite “agregar
valor” ao pensamento.
13/10/2014
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