segunda-feira, 10 de julho de 2017

Alto Paraíso de Goiás


ALTO PARAÍSO DE GOIÁS

Quer ver um disco voador? É só acordar às quatro horas da manhã e olhar para o céu.

Geograficamente falando, o município de Alto Paraíso de Goiás situa-se na Chapada dos Veadeiros, em uma altitude de 1.300 m, distando 230 km de Brasília. Possui uma população estimada em cerca de 7.000 habitantes. Desses, uma parte é composta de egressos de outros estados: são gaúchos, paranaenses, paulistas, cariocas etc., gente que chegou em busca de um novo estilo de vida e por lá acabou ficando.  E há também estrangeiros, residentes ou de passagem. A vegetação é a do cerrado, que lembra muito a savana africana. Ao contemplá-la, eu fantasiava ver os leões, os elefantes, as girafas e toda a maravilhosa fauna que víamos nos safáris realizados na África do Sul. Em Alto Paraíso o que se vê é uma grande variedade de pássaros: araras em lindas revoadas, tucanos, sanhaços etc. Não chegamos a ver nenhum dos animais daquelas bandas, como tamanduá e lobo guará. Vimos uma cascavel que se esgueirava pela estrada.  Além de propiciar ao visitante uma vasta oferta de passeios por trilhas ao encontro de deslumbrantes cachoeiras, Alto Paraíso é também um lugar mágico. Comecemos a crônica de nossa viagem pela concretude.
Resolvidos a escapar do Carnaval carioca de 2013, eu e minha esposa Edna marcamos uma viagem a AP saindo da cidade do Rio de Janeiro no sábado de Carnaval. Partimos de avião até Brasília e lá, no aeroporto, alugamos um carro para completar o percurso. Era a nossa segunda viagem a AP; a primeira ocorrera há dois anos, uma esticada de pouco mais de um dia a partir de uma estada em Brasília, com nossos filhos e genro. Gostamos muito, ficáramos de voltar. E lá estávamos, na mesma simpática pousada, a Alfa & Ômega. Edna ficou comigo até a quarta feira de cinzas, quando teve que regressar ao Rio. Eu decidira prolongar a minha estada até o domingo pós Carnaval.
Chegados a AP na noite de sábado, fomos direto à casa do sobrinho Erick e sua esposa Juliana, onde está instalado o Restaurante Semfronteira, especializado em comida mexicana, os famosos Tacos, mas oferecendo outras opções. Era uma noite muito agradável, céu estrelado, eu fantasiando que poderia avistar um disco voador, experiência que parece bastante trivial naquela localidade. Conversando com os sobrinhos logo tratamos de agendar um primeiro passeio para o dia seguinte, com um guia credenciado. Aprendemos que percorrer trilhas pode demandar muitas horas, o sol é forte, deve-se levar protetor solar, chapéu, alimentação e água. No que acabou sendo um golpe de sorte, o tal guia não apareceu na pousada e nem deu qualquer satisfação. Recorremos à outra indicação, e nos veio o Fernando. Não poderíamos estar mais bem servidos: biólogo, Fernando, ao longo das diversas trilhas que com ele percorremos, a sós ou na agradável companhia de três moças paulistas, ia nos passando oportunas informações sobre a flora e fauna local. Guia atento, sempre bem humorado, Fernando, inclusive, salvou uma moça de outro grupo de ser arrastada para uma potencialmente bastante perigosa cachoeira. Caminhar nas trilhas exige cuidado, atenção, muitas delas só podem ser percorridas com um guia credenciado. E outras podem ser um tanto cansativas para quem não estiver em boa forma. Mas, compensa. É turismo ecológico de alta qualidade. O contato com a terra e com a mata, os refrescantes banhos de cachoeira e a deslumbrante vista da chapada definitivamente valem o esforço.
Existe uma grande oferta de passeios a disposição. As trilhas não começam próximas ao centro do pequeno município. Há que se chegar a elas por estradas de asfalto e de terra dirigindo por distâncias que podem ser razoavelmente longas. Para melhor aproveitamento deve-se iniciar a jornada razoavelmente cedo, mas sem necessidade de madrugar. Munidos cada um de nós com uma “merenda” providencialmente preparada pelo casal de sobrinhos, saíamos em torno das 9:00 horas da pousada, que nos oferecia um caprichado café da manhã. Os passeios selecionados para os três primeiros dias foram: Cachoeira dos Macaquinhos, Parque Nacional Cânions e Catarata dos Couros. A distância a percorrer de carro até o início das trilhas variava ente 37 e 53 km. As trilhas em si, classificadas como de grau fácil, médio e difícil, tinham seu percurso variando entre algumas centenas de metros até 10 km, contados os trajetos de ida e de volta. Regressávamos ao final da tarde ou início da noite para um saboroso jantar preparado no Semfronteiras. Na quarta feira a Edna precisava pegar o vôo em Brasília, de modo que só dispúnhamos da manhã para um passeio, e então fomos à Cachoeira Loquinhas, próxima ao Centro, e com caminhada curta e leve. Alem das citadas, visitei ainda, agora na companhia dos sobrinhos, a Cachoeira dos Cristais. Trata-se de uma trilha de fácil acesso, pontilhada por pequenas cachoeiras que formam piscinas muito propícias ao banho. Na entrada, existe uma lanchonete onde se pode saborear excelentes pastéis de palmito, bacalhau etc., acompanhados de uma cerveja gelada, porque ninguém é de ferro.

ALTO PARAÍSO MÍSTICA
Há uma suposição bastante difundida de que Alto Paraíso desfruta de uma condição muito especial. Particularmente ante a crença de que o mundo acabaria no dia 21 de dezembro de 2012, segundo uma interpretação do Calendário Maia, muitas pessoas acorreram àquele sítio mágico, onde estariam a salvo do Apocalipse. O mundo não acabou em lugar algum do planeta, mas AP segue mantendo a sua aura de transcendentalidade. Sobre essa condição transcrevemos algumas considerações do escritor denominado polígrafo Luís A. Weber Salvi, em seu livro 2013 – A Cidade Portal (citado pelo mesmo autor em outro de seus trabalhos, Harmonização Planetária, Editorial Agartha, 2009):

Este livro demonstra, através de uma série de revelações sobre as coisas da Nova Era que, por todos os signos, a cidade de Alto Paraíso de Goiás, está predestinada a ser uma Cidade Portal para os atuais momentos de transição planetária, e talvez por muito tempo ainda no futuro. Alto Paraíso acha-se sob uma especial confluência de energias da Nova Era e do Novo Mundo, tendo por tarefa terminar de unificar estas dimensões e projetar para o futuro as bases de uma civilização efetivamente sagrada e universalista.

            Após a partida da Edna, eu tinha como projeto explorar essa questão, visitando determinados sítios e conversando com pessoas. Com esse objetivo contratei mais uma vez os serviços do nosso eficiente guia, Fernando, para um tour. Começamos dentro da própria cidade. Eu estava interessado em ver a casa em cuja parede aparecia escrito, e registrado na foto da reportagem do jornal O Globo sobre AP, realizada antes do “fim do mundo” : CONSERTAMOS DISCO VOADOR. Ah, lá estava ela. Tratei logo de obter uma foto, na qual eu apareço como que consertando uma peça em frente à casa, e postei em meu facebook. Seguimos então para um local um tanto afastado, com o objetivo de visitar um sítio particularmente interessante, o ateliê de um renomado artista plástico, o Conde Alberto Frioli.

Reptilianos
No caminho, tive a oportunidade de escutar do meu guia uma descrição dos reptilianos, seres intraterrenos que saem das profundezas da terra através de um Portal na montanha e podem viver entre nós, assumindo a forma humana. Nessa condição, eles são obesos. Aqueles que entendem sua missão terrena se tornam bem sucedidos, como fazendeiros, por exemplo, comprando terras justo acima de onde vive sua comunidade intraterrena. Já aqueles que não compreendem sua missão terrena são ainda mais obesos, e exalam um cheiro forte. Têm apego material e são capazes de hipnotizar para conseguir seus objetivos. Fernando disse ter ouvido de alguém uma autodeclaração de reptiliano. Essa teoria da existência de reptilianos logo viria a ser reafirmada por uma respeitável senhora, professora universitária aposentada, que visitaríamos em sua casa octogonal construída na grande área de propriedade do Conde Alberto Frioli, muito próxima ao ateliê desse artista. Essa senhora viria a reportar que certa feita, quando pescavam, ela e seu marido, à beira de uma praia no Rio Grande do Sul, viram emergir do mar, na vertical e com enorme velocidade, uma nave em forma de carrapeta, que logo desapareceu de suas vistas. Ela nos apresentou essa visão como prova da existência de reptilianos.

O ateliê de Alberto Frioli
Alberto Frioli, Conde de Rezzano, nascido na Itália, em 1943, naturalizou-se brasileiro. Tendo vivido entre Europa e São Paulo, está radicado em Alto Paraíso. Lá comprou uma ampla área de terra onde construiu sua casa e seu ateliê. (Segundo sua assistente, o senhor Alberto tem um ambicioso projeto de construir em sua propriedade um parque à semelhança do Parque Inhotim, em Minas Gerais).  Em um enorme salão encontram-se dispostas uma coletânea de obras produzidas dentro de um design definido como “técnico-mítico”, sobressaindo-se o Harmonizador Planetário e o Cavalo Áquilon.
O Harmonizador Planetário é uma impressionante escultura de 3,2 metros de altura. Na definição de seu criador, conforme citado no livro Harmonização Planetária:
Parte da simbologia hermética que em tempos passados foi semeada e fixada na arquitetura gótica, e que hoje é conhecida como “o mistério das Catedrais”, está sintetizado no Harmonizador Planetário. Um conjunto de ensinamentos ocultos que mostram o caminho alquímico destinado a resgatar o homem dos planos inferiores da existência (...).
Visualmente ainda muito mais impactante é a escultura do cavalo Áquilon, feita com fibra de carbono, em tamanho natural, e que se equilibra em uma só pata, o que transmite uma forte impressão de movimento e ascensão, propiciada pelas suas doze asas, com uma extensão de seis metros. Segundo o texto do livro Harmonização Planetária, “Áquilon é o cavalo alado ‘andrógino’ que se volta vitorioso para as estrelas. ‘Representando o resgate e a libertação final do próprio homem desde os planos inferiores de seu ser”. Seja lá o que representar, o cavalo é, em si, uma belíssima escultura.

            OVNI´S e ET´s
Praticamente de todos aqueles com quem conversei, de aparência mística ou absolutamente racional, acabei recolhendo, muitas vezes após uma “preparação do terreno”, relatos que merecem ser reportados:
Certa feita encontrei-me com duas amigas que estavam entrando em um carro. Iriam, disseram, visitar uma base fixa de discos voadores. Decidi ir junto. Era noite, subimos uma montanha e lá em cima, no espaço, vimos dois discos voadores fixos. Uma de minhas amigas ficou muito assustada, eu também tive medo, mas a outra amiga, que portava uma lanterna decidiu fazer contato. A tal lanterna podia emitir luzes vermelha ou amarela. Quando ela emitia luz vermelha, uma das naves sinalizava na mesma cor. Quando emitia luz amarela, recebia de volta luz branca, da outra nave – E foi tudo? – perguntei. – Foi. – a senhora retornou alguma vez àquele lugar? – Não. (Relato daquela respeitável senhora, residente em Brasília, e com uma casa em AP).
Uma tarde saí de uma agência bancária e vi um carro da polícia próximo a uma casa lotérica. Havia algum movimento de pessoas em torno. Achei aquilo curioso, mas retornei à pousada. Lá, perguntei a uma hóspede, uma senhora de aparência absolutamente racional, se ela sabia de alguma ocorrência. – Então você não sabe? – retrucou, perplexa, a hóspede. – É a polícia intergaláctica. Ela está por toda a cidade. Está perseguindo ET´s. Eu, inclusive, para minha segurança, estou proibida de voltar para a minha casa. (Relato de outra respeitável senhora, gerente de uma pousada, que nada mais disse à hóspede). ― era o caso de temer-se que as diárias da estadia viessem a ser pagas com um “cartão intergaláctico”, o que, felizmente, não ocorreu. E foi assim que eu fiquei sabendo da existência da tal patrulha, que impunha a lei contra ET´s desviantes.
Uma noite um casal de japoneses e um rapaz, chegaram à pousada para se hospedar. Pediram autorização para usar o espaço Metatron (um salão ao fundo da pousada, consagrado à prática de massagens, meditação, palestras etc.). Eles haviam encontrado a polícia intergaláctica e precisavam estar no Metatron para entrar em contato com ela. (Relato daquela mesma senhora, gerente da pousada).
Uma noite, estávamos nós, dois biólogos e um geógrafo, no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, monitorando o pato mergulhão. Subitamente surgiram sete pontos de luz prateada ziguezagueando no céu. O fenômeno repetiu-se sete vezes ao longo de uma hora. Certamente não eram aviões, pois durante aquele intervalo pudemos comparar as luzes emitidas por um deles em sua passagem pelo céu com aquelas estranhas aparições. (Relato de nosso guia biólogo).
Quatro horas da tarde. Estávamos, eu e uma amiga, aguardando a chegada de um ônibus na estação rodoviária [minúscula] quando, vimos, nitidamente, um disco voador se deslocar nos céus. Disse a ela que não comentasse nada, mas viemos a perceber que muitas outras pessoas também haviam visto o fenômeno. No dia seguinte, retornamos, ao mesmo local e na mesma hora. Pontualmente o disco voador fez idêntica aparição. (Relato de um senhor, contador de causos, e autor da afirmação na epígrafe desta crônica).
Certa feita um morador daqui foi abduzido por um disco voador que, posteriormente, o trouxe de volta. Passado algum tempo, esse morador começou a sentir um incômodo, na altura do cangote. No hospital, foi identificada a presença de um cristal – um chip de monitoramento − que fora inserido naquela região. O cristal foi removido mediante uma pequena cirurgia. (Relato de um senhor de aparência insuspeita).

Rituais e tratamentos não hipocráticos
            Anualmente realiza-se em AP o Festival do Ayuascar, ao qual acorrem pessoas de todo o mundo. Dura 15 dias, e os participantes pagam o preço de R$ 150,00 por dia. Há uma série de vivências, e conferências, proferidas inclusive, por pajés. A prática de tomar-se o chá do Santo Daime é corrente nesses encontros e, também fora deles. Fui informado ainda que AP abriga uma escola de bruxas, dentre outros sítios misteriosos. Não fui verificar.
            Uma pessoa me contou sua fantástica experiência ao tomar o chá. Foi em uma espécie de culto. Passou terrivelmente mal, experimentou diversas visões, inclusive de Jesus Cristo, viu a sua vida escoando, escutava as pessoas ao seu redor e, em desespero, pedia que não o deixassem passar. E então escutou lhe oferecerem a oportunidade de retornar como feto no ventre de uma grávida lá presente. Recusou, queria ficar como era, e então lhe colocaram por cima o “cobertor da cura”. Quando, finalmente, retornou do transe sentiu que estava liberto de seus males.
            Outras práticas curativas nada ortodoxas que me foram reportadas são a uritoterapia – relatada como praticada, inclusive, por um médico e sua família −, a hemoterapia – a extração do sangue venoso de uma pessoa e a imediata aplicação no músculo dessa mesma pessoa −, jejuns absolutos de quinze dias, sendo que os sete primeiros com abstinência até mesmo de água. Existiriam pessoas que vivem sem comer e beber, alimentando-se tão somente do sol. Para os não afetos a tais práticas recomendo a massagem ayurvédica (palavra sânscrita que significa ciência da vida). A massagem ayurvédica é reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Atuando sobre os sistemas linfático e circulatório, é considerada como bastante benéfica à saúde. Tomei duas sessões com duas profissionais diferentes, uma gaúcha e uma francesa. É bastante relaxante.
Telepatia
            A geologia de Alto Paraíso, com a sua abundância em cristais de quartzo, favoreceria as comunicações, potencializando, inclusive, a telepatia. A mentalização de uma pessoa faria essa pessoa aparecer. Outro efeito dos cristais de quartzo seria a de cura de alguns males, como dor de cabeça, por absorverem energia.

Minhas considerações sobre OVNI´s e ET´s
            Nunca me preocupei muito com a suposta existência de OVNI´s e ET´s, mas, em AP, dei bastante tratos à bola sobre o assunto. Se existe vida extraterrena, creio, não será na forma em que nossa limitada capacidade de abstração a concebe. Humanóides transportados em naves especiais, abduzindo e monitorando seres humanos são apenas projeções de nossas vivências. Por que fazer experiências científicas em seres humanos, da mesma forma com que as realizamos em camundongos? Quem pode se transportar através de milhares, ou milhões, de anos-luz está mais distante dos humanos do que esses de suas cobaias. Tendemos a imaginar ET´s assim como o fazíamos com os deuses do Olimpo grego. Todos eles com formas físicas e comportamentais absolutamente humanas. Se civilizações inimaginavelmente mais avançadas realmente existem, porque estariam, há tanto tempo, preocupadas com outra tão rudimentar e autodestrutiva quanto a que estabelecemos aqui na Terra? – Estão tentando contribuir para o nosso aperfeiçoamento. – ouvi de algumas pessoas. Se esse é o propósito, temo que não estejam sendo bem-sucedidos. Polícia intergaláctica perseguindo ET´s do mal? Mais uma vez tudo o que vejo é uma projeção de nossas vivências terrestres. – É muita arrogância nossa imaginar que seríamos a única forma de vida no universo ― assim argumentam os defensores da vida extraterrena. ― Mas, como seria essa vida? ― pergunto eu. Para os criacionistas, Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, aqui na Terra. Um milagre. Ponto. Para os evolucionistas, a possibilidade de repetição, em outro mundo, da fantástica cadeia de eventos que, partindo de formas elementares de vida, há bilhões de anos, chegou ao “homo sapiens” é absolutamente descartável. O que ocorreu aqui é tão único que também poderia ser considerado “milagre”.
            − Mas, então, todas as visões de OVNI´s, de humanoides, são pura e simplesmente mentiras? – Não, não posso afirmar isso. Muitas hipóteses podem ser aventadas para tais aparições: fenômenos metereológicos, satélites artificiais, meteoritos cruzando o espaço, ilusões da mente, necessidade de crer (crer para ver), etc. Ou, será que poderíamos imaginar que tais visões somente aparecem para aqueles espiritualmente preparados, como na conhecida narrativa das aparições de Nossa Senhora de Lourdes, em Lourdes, França, em diversas ocasiões e para diversas pessoas? Não sou dono da verdade, mas quero ter a liberdade de proclamar que não creio em OVNI´S e ET´s nas formas até então descritas. Até prova em contrário. Por outro lado, ao contemplar as grandes Pirâmides de Gizé, no Egito, tive uma certeza: elas não foram construídas pelos egípcios de seu tempo. Absolutamente impossível conceber-se tamanhos blocos de pedra, cortados, com absoluta precisão, de pedreiras situadas a grande distância do sítio onde as pirâmides se encontram, e sendo transportadas através de um deserto escaldante. Eles não dispunham de máquinas e equipamentos para tal proeza. Então, quem as construiu? Viajantes no tempo, vindo de outras civilizações? Não sei. Creio, sim, na possibilidade de vida extraterrena, mas não sob qualquer forma por nós imaginável. Ela seria extremamente sutil, quem sabe, uma forma de energia que se transporta ignorando as barreiras do espaço-tempo?
Era a minha última noite em AP. Noite linda, estrelada, temperatura amena, como todas aquelas que eu experimentara. Saí da casa-restaurante dos sobrinhos e caminhei pela escura e deserta rua que levava à minha pousada. Refletindo sobre essas questões, me dei conta de que aquele não tinha sido propriamente um assunto adequado para ser conversado até a meia noite, e depois ir dormir em uma pousada com tantos recantos esotéricos. E na qual eu era um dos poucos hóspedes que haviam permanecido após o feriadão de Carnaval. A pousada dormia em silêncio. Eu tinha a chave do meu quarto. Avancei pela área externa em direção ao meu quarto e tranquei-me rapidamente. Confesso que, ali sozinho, me inquietava um pouco a sensação de poder estar sendo observado por alguma coisa que escapava completamente à minha compreensão. E se a tal coisa se materializasse? “Yo no creo en las brujas, pero que las hay, las hay”. Para não mais pensar naquilo, retomei a leitura de mais um livro da Agatha Christie. Ao menos lá os mistérios seriam racionalmente desvendados.
Bem, não vi OVNI ou ET. Mas, Alto Paraíso de Goiás é um lugar danado de bonito e fascinante. Voltarei lá.


Fev/2013

Um comentário:

  1. O Italiano citado por vc ouvi nuna live ontem, vc deu boas informacoes aqui. Marcus 91 98121 9545

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